junho 01, 2007

telefone

Olhou para o telefone. A ânsia de ligar mostrou-se mais uma vez. Deu meia volta e apresentou a si mesmo uma lista de razões para não o fazer.

Mas o sentimento trepou por si e antes de a razão tomar consciência, a sua mão erguia o auscultador. A saudade, a saudade teimava, queimava.

O seu dedo marcou o início do número familiar. Pausa. Milésimos de segundo e a mente venceu a vontade. Afastou-se. Tentou esquecer.

No meio do monólogo silencioso, tomou consciência que o ontem não se prolongava no hoje e que a intimidade de outra hora estava perdida. O futuro conjugava-se agora no singular.

O telefone repousava inerte e indiferente à sua dor.

2 comentários:

Shhh disse...

Desculpa o termo, desculpa a linguagem num blog tão puro de sentimentos... mas essa situação é lixada... na verdade, eu tenho que utilizar as palavras correctas: é fodido mesmo! (sim, tb já passei pelo mesmo!)

A indiferença e a distância são as piores respostas que se podem ouvir... Raios!

Pronto, agora que disse os palavrões, estou mais aliviada, ora bolas! :)

AR disse...

Shhh,

Antes de mais desculpa pela demora na publicação dos comentários...

Quanto ao resto... fico contente de teres ficado mais aliviada

:)

E sim é verdade há fases da vida lixadas...