fevereiro 12, 2007

O grito

Era o medo que se enraizava, ganhando centímetros à alma que já não reconhecia este estado de espírito. Era a angústia que lhe tomava de repente a consciência desprendida dos pensamentos banais.

Olhou para a porta, mas a campaínha continuou impávida e serena.

O email sem nada de novo, o telemóvel sem sinal de vida… Do outro lado tudo era silêncio. Daquele lado tudo era impotência. Quis gritar, mas as paredes do seu apartamento revelaram-lhe a ausência de privacidade da construção moderna.

Gritou em seco, agora com duas dores: a antiga e a de não poder ouvir o seu grito.

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