Ficou por ali, à beira-mar, respirando pausadamente e apreciando uma espécie de silêncio que se pronunciava no bater das ondas. Reconheceu cada breve segundo de paz. E respirou cada lufada de ar como se tratasse de uma oração redentora do peso que há cinco dias lhe tinha tomado o corpo e a alma de assalto.
Até que a verdade rasgou o mar de novo e lhe sussurrou em tom crescente o pensamento agora tão familiar: “Já não estás aqui”
“Já não estás aqui” gritou para o mar, “já não estás aqui” balbuciou depois, enquanto esfregava os pés na areia num ritmo descompassado e incerto.
Em tom de raiva e de lamento gritou de novo para o mar que antes apreciava a dois “Já não estás aqui… e eu não disse adeus”
Acabou por adormecer pouco tempo de depois… ao som das ondas que lhe embalava a dor.
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2 comentários:
Uns preocupam-se com o barco, uns preocupam-se com o mar... Na verdade, o mais importante é sabermos que rota seguir. Espero que a dor desapareça. :)
Shhh
obrigada pelo comentário e pela visita. A situação é ficcionada, mas inspirada numa situação real.
A saudade fica sempre, mas como o passar do tempo torna-se apaziguadora.
Até à próxima
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