fevereiro 09, 2007

adeus

Ficou por ali, à beira-mar, respirando pausadamente e apreciando uma espécie de silêncio que se pronunciava no bater das ondas. Reconheceu cada breve segundo de paz. E respirou cada lufada de ar como se tratasse de uma oração redentora do peso que há cinco dias lhe tinha tomado o corpo e a alma de assalto.

Até que a verdade rasgou o mar de novo e lhe sussurrou em tom crescente o pensamento agora tão familiar: “Já não estás aqui”

“Já não estás aqui” gritou para o mar, “já não estás aqui” balbuciou depois, enquanto esfregava os pés na areia num ritmo descompassado e incerto.

Em tom de raiva e de lamento gritou de novo para o mar que antes apreciava a dois “Já não estás aqui… e eu não disse adeus”
Acabou por adormecer pouco tempo de depois… ao som das ondas que lhe embalava a dor.

2 comentários:

Shhh disse...

Uns preocupam-se com o barco, uns preocupam-se com o mar... Na verdade, o mais importante é sabermos que rota seguir. Espero que a dor desapareça. :)

AR disse...

Shhh

obrigada pelo comentário e pela visita. A situação é ficcionada, mas inspirada numa situação real.

A saudade fica sempre, mas como o passar do tempo torna-se apaziguadora.

Até à próxima