Desligou o computador com um sorriso solto. Quase não acreditava, finalmente tinha pensado em si primeiro, não na logística ou na saudade dos outros. Cem por cento em si. Num click o instinto retraído durante anos, tinha ganhado voz, calado as culpas prematuras, voado em direcção a um país que sempre quis conhecer.
Talvez fosse a promoção da agência de viagem num timing tão perfeito que quase parecia intervenção cósmica. Talvez fosse a fome de desaparecer durante uns dias.
Talvez fosse apenas o destino, ou a vida a dar-lhe tréguas.
novembro 13, 2009
ao virar de mim
Escondem-se oceanos, ao virar de mim.
E silêncios que oscilam ao sabor das marés-vivas.
Tomo corpo nas ondas, transbordo no seu compasso.
Não tenho meio, princípio, nem fim.
Permaneço simplesmente num mistério incompleto de azul esverdeado.
E silêncios que oscilam ao sabor das marés-vivas.
Tomo corpo nas ondas, transbordo no seu compasso.
Não tenho meio, princípio, nem fim.
Permaneço simplesmente num mistério incompleto de azul esverdeado.
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