novembro 17, 2007

fizeram-se ao mar

As palavras rumaram num barco e não estão cá. Fizeram-se ao mar. Partiram com névoa e sem despedidas.

Eu fiquei. E todos os dias vejo o mar desejando o seu regresso.
Na sua ausência, não há lugar a pensamentos. Apenas emoções, sentimentos, que sem som, nem letras, deambulam nas minhas memórias de imagens desgastadas, pouco nítidas.

Vivo um silêncio gordo, preenchido, pleno de coisas por dizer, mas adormecido pela ausência das palavras.
E atravesso dias e noites até ao seu regresso.

2 comentários:

Lis disse...

«Um silêncio gordo»... que contradição tão bonita!

E que belos textos aqui deixaste...gosto tanto de «o comboio» e as dedicatórias estão lindas!

Um abraço, em silêncio

AR disse...

Às vezes temos silêncios "gordos" cheio de sentimentos e vontades, mas simplesmente não conseguimos dizer o que habita na alma.

Outras, o silêncio é apenas o vazio e o deserto que se instalaram em nós.

Aqui fica também um abraço (daqueles que aconchegam e tornam as coisas mais leves).

Aguardo o quebrar do "teu silêncio".