setembro 24, 2007

impronunciável

Não te ouvi entrar da mesma forma que não te ouvi sair.
Assusta-me este silêncio que grita guerra fria.

Nunca pensei ver-nos aqui. Neste estado desenxabido.
Não pensei ficar até mais tarde no trabalho para não te fazer companhia ao jantar, não pensei que a tua presença na casa de banho me incomodasse.

Assusta-me o que a vida fez em nós.
E incomoda-me saber que lá no fundo, o que sinto por ti sobrevive e teima, culpando-me pela preguiça e pelo desleixo, pelo facilitismo.

Todos os dias acordo e dentro de mim oiço: Amo-te.
E depois o impulso gela, os minutos passam e tudo fica impronunciável.

Não te ouvi entrar e também não te ouvi sair.
Talvez tenha sido melhor assim.

2 comentários:

Shhh disse...

Ou talvez n�o... :P
H� receios disfar�ados de meias desculpas que nos impedem de viver bem. :)
Bjs***

AR disse...

Shhh,
sim às vezes é a inércia que nos prende...

obrigada pela visita, até à próxima

:)