Não sei por onde começar. Cansa-me o silêncio.
Cansa-me a necessidade de o quebrar.
E as palavras depois de ditas parecem-me ocas. E por vezes aquela sensação, o tal pensamento que manso, se insinua ao meu ouvido; a pergunta que nem tu me sabes responder.
Tudo é latente, e sistematicamente desgovernado. Como se o vento ditasse a direcção que tomo. Como se fosse tudo obra do acaso. Como se eu fosse mais do que sou agora, como se eu fosse exactamente o que posso ser... como se o equilíbrio me escasseasse.
Como se eu me escasseasse...
E depois nada. Uma acalmia que se instala sem mais demoras. O cheiro da brisa que me afaga a cara. E eu que descubro que tudo faz parte de mim, que tudo me faz falta.
E que mesmo que o silêncio me canse, é o meu silêncio. E que há momentos que apenas parecem ocos, mas não são. E que a vida encontra sempre o seu caminho.
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