outubro 31, 2008
a sala
As luzes lá fora quebravam a escuridão da sala. Eram dez e cinquenta e sete. O silêncio era simplesmente silêncio, sem nada de angustiante ou reconfortante. Como se fosse uma música, que baixinha lhe acompanhava o pensamento. Divagava entre as dormências da vida, imagens breves do passado, e a realidade das pequenas coisas. As fotografias que passavam na moldura digital, mas não lhe diziam nada naquele momento. Só se apercebia dos fragmentos de luz, maximizados pela mudança de cada foto. Esticou-se no sofá, e não se mexeu. Era ali que queria estar, sem dar atenção a ninguém, sem pensar em nada. Sem ruído.
outubro 26, 2008
simplesmente
Se estás aí, estende-me a mão, faz-te sentir.
Abraça o que resta de mim.
Fica simplesmente. Junto a mim. Sem palavras. Nem movimentos. Sem livros, nem chás. Sem beijos. Só eu e tu. Ponte viva de silêncio cheio, adormecida sobre a cama, quebrando a lacuna da solidão ruidosa.
Abraça o que resta de mim.
Fica simplesmente. Junto a mim. Sem palavras. Nem movimentos. Sem livros, nem chás. Sem beijos. Só eu e tu. Ponte viva de silêncio cheio, adormecida sobre a cama, quebrando a lacuna da solidão ruidosa.
outubro 11, 2008
rasgar o mar
Rasgar o mar,
corrê-lo de rompante
gastar-me nas ondas
sentir exaustão
Esquecer-me para relembrar
deixar os minutos passar
dissolver-me no azul.
corrê-lo de rompante
gastar-me nas ondas
sentir exaustão
Esquecer-me para relembrar
deixar os minutos passar
dissolver-me no azul.
o teu silêncio
O teu silêncio tem o dom de algumas vezes me ferir e outras me embalar. Parece ter cores e cheiros que variam ao ritmo da tua inconstância, da minha indiferença relativa.
Como se hoje não houvesse nada para dizermos, e amanhã as palavras não fossem suficientes e apenas o silêncio fizesse justiça ao que nos une.
Como se hoje não houvesse nada para dizermos, e amanhã as palavras não fossem suficientes e apenas o silêncio fizesse justiça ao que nos une.
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