setembro 25, 2007

de volta

Além de ti,
percorro o caminho de regresso e abraço-me
estou de volta
estou aqui
a mim voltam as palavras,
os gestos, os risos,
o mar...

setembro 24, 2007

impronunciável

Não te ouvi entrar da mesma forma que não te ouvi sair.
Assusta-me este silêncio que grita guerra fria.

Nunca pensei ver-nos aqui. Neste estado desenxabido.
Não pensei ficar até mais tarde no trabalho para não te fazer companhia ao jantar, não pensei que a tua presença na casa de banho me incomodasse.

Assusta-me o que a vida fez em nós.
E incomoda-me saber que lá no fundo, o que sinto por ti sobrevive e teima, culpando-me pela preguiça e pelo desleixo, pelo facilitismo.

Todos os dias acordo e dentro de mim oiço: Amo-te.
E depois o impulso gela, os minutos passam e tudo fica impronunciável.

Não te ouvi entrar e também não te ouvi sair.
Talvez tenha sido melhor assim.

amanhã

Das mágoas e solidões fazem-se marés que se agitam ao som de uma música que sem palavras diz tudo do que somos no momento...

No horizonte, o rumo que se procura e a certeza que a vida se insinua, remexe, remove, renasce e habita em nós.

E o passado que perde força no bater das ondas e se dissolve na espuma irrequieta do amanhã.